VIVEIROS DE OLIVEIRAS

PAULO SOARES LOPES

Viveirista e Olivicultor

Teles +351 917342023

slviveiro@gmail.com

 

 

 

Vamos Plantar uma Oliveira

 

A Oliveira é uma árvore de clima Mediterrâneo habituada ao calor e a chuvas episódicas. Não gosta de água em demasia e suporta bem a falta dela. Não aprecia o frio exagerado embora o suporte bem aproveitando esse tempo para descansar e recuperar da energia despendida no ano anterior,

É nesta altura que utiliza grande parte das reservas de nutrientes que foram disponibilizados na anterior campanha, por isso a colheita não dever ser muito tardia, para dar tempo de recuperação.

A conclusão a que cheguei no fim de plantar Oliveiras de diversas maneiras, é que a melhor altura para efectuar a plantação não é de maneira nenhuma o Inverno.

 -- Como plantar

Nos fins da Primavera, depois do frio passar, em que os dias já são maiores e a chuva já deixa trabalhar, o terreno deve ser mobilizado pelo menos na linha da plantação, ripado do sentido longitudinal e depois gradado para uniformizar os torrões. Como refiro da página das Novas Plantações, tenho optado por plantar durante o Verão, pois posso controlar com segurança a água junto às raízes. 

O método tradicional é o seguinte.

Efectua-se uma análise de solo para verificar a riqueza do terreno, faz-se se necessário um correcção com fósforo, potássio e matéria orgânica, segue uma ripagem cruzada que incorpora os nutrientes. "Em minha opinião é desperdício adubar todo o campo nesta altura pois as plantas não irão usufruir deste abono a não ser quando forem grandes e quanto à matéria orgânica se for um terreno calcário ao fim de 3 ou 4 anos não está lá nada", depois uma gradagem para uniformizar o terreno. A marcação do local onde vai ficar a árvore é feita com umas estacas ou canas. A abertura do buraco é feita com uma broca, atenção ao uso de brocas em terrenos muito argilosos pois pode vidrar o terreno ficando a cova como uma garrafa, vedada, causando problemas à infiltração do excesso de água, podendo ser causa de morte em muitos casos, por asfixia radicular, com uma retro escavadora ou com a abertura de uma vala longitudinal.

No fundo da cova deita-se o adubo que for recomendado pelo técnico, normalmente um composto de azoto, fósforo e potássio, duas forquilhas de estrume bem curtido e uma pazada de terra da superfície. Deve-se misturar bem tudo com um enxada, depois coloca-se uma mão travessa de terra para protecção da planta da zona caustica onde estão os nutrientes. As raízes devem procurar os nutrientes em profundidade, não me parece bom disponibilizar adubo à volta da raiz.

A Oliveira deve estar regada, retira-se o saco se for caso disso, e coloca-se dentro da cova de modo que o tronco fique na vertical. Tapa-se a cova de novo usando terra da superfície e deixa-se uma caldeira para a rega. 

A água que se deve deitar em cada árvore serve para aconchegar a terra às raízes e humedecer toda a zona envolvente. Deve-se colocar um tutor e uma rede protectora de roedores, que simultaneamente proteja dos herbicidas. A Oliveira deve ser atada com um atilho de plástico, suficientemente elástico que não danifique o tronco ao fim de um ou dois anos.

A primeira rega deve ser franca, mas as regas seguintes devem ser menores, sempre que a terra necessite, mas deixar secar uma mão travessa de terra é aconselhável. Se não se exagerar na água a Oliveira procura terrenos mais frescos e as raízes afundam, se pelo contrário se der muita água alem da possibilidade de asfixiar a Oliveira, ela trona-se preguiçosa ficando as raízes muito superficiais, sem explorar terrenos novos perdendo a capacidade de se fixar ao terreno, podendo mesmo tombar no Inverno com um vento mais forte.

Nas regas seguintes durante o período de crescimento vegetativo pode incorporar dissolvido um adubo à base de fósforo para ajudar o desenvolvimento radicular.          

 

           

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